Escola Comportamental da Administração

Após conhecer o histórico da administração antes da ciência e como ela passou a ser tratada como disciplina científica, conheça agora mais informações sobre a Escola Comportamental da Administração.

A Escola Comportamental da Administração, também chamada de beheavorista em função da psicologia  é a mais forte influência das ciências do comportamento nas teorias administrativas. Sabendo que comportamento é a forma que o homem ou as organizações reagem através das interações com o ambiente, podemos tomar os seguintes postulados para a Escola Comportamental: o homem é um animal social dotado de necessidades; o homem é um animal dotado de um sistema psíquico; o homem tem capacidade de articular a linguagem com o raciocínio abstrato; o homem é um animal dotado de aptidão para aprender; o comportamento humano é orientado por objetivos; o homem caracteriza-se por um padrão dual de comportamento.

3.7.1 – Teoria Comportamental da Administração

A Teoria Comportamental tem suas origens: na oposição ferrenha e definitiva da Teoria das Relações Humanas; num desdobramento da Teoria das Relações Humanas, rejeitando concepções ingênuas e românticas da desta; na crítica à Teoria Clássica, podendo ser considerado uma antítese desta; na crítica a teoria da burocracia, principalmente no que se refere ao “modelo de máquina” para representar uma organização; no surgimento da Teoria das Decisões, em 1947.

Neste período Maslow apresentou uma teoria da motivação, segundo a qual as necessidades humanas estão divididas em necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidade de estima, e necessidades de auto-realização, sendo as duas primeiras necessidades primárias. Segundo esta teoria o ser humano não pode alterar para o nível imediatamente superior se as necessidades do nível em que se encontra estiver saciado

Hezberg, formulou a Teoria dos Dois Fatores para explicar o comportamento das pessoas. Segundo Hezberg, existem fatores que podem causar satisfação e outros que podem causar insatisfação no trabalho. Ele dividiu os fatores em dois grupos: fatores higiênicos e fatores motivacionais.

Fatores higiênicos são considerados salários, gratificações, benefícios, tipos de chefia, etc. Os fatores motivacionais estão relacionados com o conteúdo do cargo e a natureza das tarefas que a pessoa executa. Assim Herzberg postulou que a carência de fatores higiênicos causa insatisfação, enquanto a presença deste apenas aumenta a não insatisfação. Do outro lado a ausência de fatores motivacionais causa a não satisfação e a presença destes causa um aumento na satisfação.

McGregor, formulou a Teoria X e a Teoria Y. Desta forma a Teoria X enxerga o homem como na Escola Clássica: indolente e preguiçoso; com falta de ambição; egocêntrico; com resistência às mudanças; dependência torna-o incapaz de autocontrole e autodisciplina. Do outro lado a Teoria Y enxerga o homem com a visão da Teoria Comportamental, onde as pessoas não têm desprazer em trabalhar; são passivas ou resistentes às necessidades da empresa; possuem motivação; sob certas condições pode aceitar e também procurar responsabilidade; e, possui alto grau de imaginação e criatividade.

Completando a Teoria Comportamental da Administração, Likert, anuncia alguns sistemas de administração, ou formas de administrar, destacando-se o Autoritário Coercitivo, Autoritário Benevolente, Consultivo e o Parcitipativo. Sendo que o primeiro é mais comum em empresas rudimentares, o segundo em empresas industriais com mão de obra mais especializada e terceiro em empresa de serviços como bancos e áreas administrativas de corporações mais desenvolvidas e o último em empresas de sofisticada tecnologia, como empresas de propaganda, consultoria, etc. Estes sistemas de administração não são excludentes entre si.

Ainda dentro da Teoria Comportamental da Administração, foi considerada a Teoria das Decisões. A Decisão envolve seis elementos: o tomador de decisão, os objetivos, as preferências, a estratégia, a situação e o resultado. Em decorrência da Teoria das Decisões, as quais são muito subjetivas tempos alguns problemas: a racionalidade é limitada; existe imperfeição nas decisões; há a relatividade nas decisões; há uma hierarquia nas decisões a serem tomadas; racionalidade administrativa e por fim a influência organizacional.

3.7.2 – Teoria do Desenvolvimento Organizacional – DO

O Desenvolvimento organizacional surge a partir de 1962 como um desdobramento prático e operacional da Teoria Comportamental. Suas origens são atribuídas aos seguintes fatores: a) a dificuldade de operacionalizar os conceitos das diversas práticas administrativas; b) os estudos sobre a motivação humana; c) criação do National Training Laboratory e as primeiras pesquisas de grupo em laboratório; d) a publicação do livro National Training Laboratory, coordenado por Lelando Bradford, que é considerado o precursor do movimento DO; e) as mudanças variadas no mundo, incluindo, as transformações rápidas e inesperadas, ao aumento das organizações, à diversificação de complexidade da tecnologia e mudanças no comportamento administrativo devido a um novo conceito de homem e poder; f) a fusão de duas tendências no estudo das organizações: o estudo da estrutura e o estudo do comportamento humano nas organizações; g) os estudos sobre conflitos interpessoais e de pequenos grupos; h) modelos que se baseiam em quatro variáveis básicas: ambiente, organização, grupo e indivíduo.

As mudanças nas organizações provocadas pelo DO são basicamente mudanças dos paradigmas de um novo conceito de organização; introdução do conceito de cultura organizacional; conceito de mudança; conceito de desenvolvimento; fases das organizações, subdivididas em faze pioneira, fase de expansão, fase de regulamentação, faze de burocratização e fase de reflexibilização; e, críticas às estruturas convencionais.

Como o foco do DO é está em mudar as pessoas e a natureza e qualidade de suas relações de trabalho, podemos considerar este como uma mudança planejada para: processos de solução de problemas; processos de renovação; administração participativa; desenvolvimento e fortalecimento (empowerment); pesquisa-ação.

Como pressupostos básicos do DO temos: constante e rápida mutação do ambiente; necessidade de contínua adaptação; interação entre o indivíduo e a organização; mudança organizacional planejada; necessidade de participação e comprometimento; melhoria da eficácia organizacional e do bem-estar da organização; variedades de modelos e estratégias de DO; e, a consideração do DO como respostas às mudanças;

São características do DO: focalização na organização como um todo; orientação sistêmica; agente de mudança; solução de problemas; aprendizagem experencial; processos de grupo; desenvolvimento de equipes; retroação (feedback), Orientação contigencial; e, enfoque interativo.

Já os objetivos da Teoria do Desenvolvimento Organizacional são a criação de um senso de identificação das pessoas com relação a organização, o desenvolvimento do espírito de equipe por meio da integração e interação das pessoas e o aprimoramento da percepção comum sobre o ambiente externo a fim de facilitar a adaptação de toda a organização.

Além da Escola Comportamental da Administração

Lembre-se: didaticamente, a administração é dividida nas escola clássica, humanística, neoclássica, estruturalista, comportamental, sistêmica e contingencial.